27 de dez. de 2010

Etnia Xikrin usa o cinema para perpetuar sua cultura

Projeto - Associação capacita jovens em produção audiovisual e faz essões nas tribos.
Evandro Corrêa

Índios da etnia Xikrin do Kateté, que habitam uma região situada a 450 quilômetros de Marabá, criaram o grupo audiovisual intitulado "Mekaron Opoidjo Ipey" - o equivalente a cineastas indígenas, em português. O projeto tem o objetivo principal de registrar a cultura e tradição da etnia. A criação do grupo foi estimulada pela Associação Indígena Porekrô, que, através do seu Ponto de Cultura Aldeia Digital, promove na comunidade um grande projeto, que terá a duração de três anos, com oficinas de formação em cinema.
De acordo com Bemaiti Xikrin, presidente da Porekrô, a iniciativa deverá mostrar à sociedade não indígena a riqueza e a beleza das festas e tradições da etnia. A primeira oficina do projeto foi realizada neste mês, pelo premiado cineasta Ronaldo Rosa. Durante cinco dias, ele ministrou oficina de roteiro com carga horária de 30 horas aula, tendo reunido 25 jovens indígenas.
Ronaldo Rosa afirmou que os indígenas assimilaram bem o que é um roteiro e sua construção, situação que vai facilitar todo o processo da capacitação em audiovisual. O cineasta ressaltou que durante os dias de oficina na aldeia Kateté foi possível fazer na prática o que foi aprendido em sala de aula, através do registro das manifestações culturais que estavam acontecendo no local, como a festa do Maribondo, que é o rito de passagem do guerreiro Xikrin.

Aproveitando as atividades de formação em audiovisual, o Ponto de Cultura Aldeia Digital lançou na comunidade o projeto "Mekaron Pront - que quer dizer cinema em movimento. O projeto vai promover, aos sábados, sessões de cinema ao ar livre no pátio central da aldeia. A sessão de inauguração contou com a participação de centenas de membros da comunidade, que ficaram maravilhados com a novidade. Na ocasião, o público acompanhou a exibição de documentários sobre a cultura dos povos indígenas brasileiros.

De acordo com Kaituky Xikrin, o projeto tem como finalidade a exibição e democratização do material produzido por membros da comunidade, que mostram as celebrações, rituais, festas e demais tradições da etnia.


Local: Belém - PA

Fonte: O Liberal
Link: http://www.oliberal.com.br/index.htm

21 de dez. de 2010

Amazônia e os Objetivos do Milênio 2010

Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio estabelecidos pela ONU no ano 2000 propõem metas e indicadores para medir e orientar melhorias nas condições socioeconômicas (pobreza, educação, saúde, desigualdade entre os gêneros, mortalidade infantil e materna) e ambientais em regiões pobres e em desenvolvimento do mundo. Neste O Estado da Amazônia, analisamos a evolução desses objetivos no contexto da Amazônia Legal até 2009. em relação às metas propostas para 2015 através de 25 indicadores.

Amazônia e os Objetivos do Milênio 2010
Celentano, D., Santos, D. & Veríssimo, A. Imazon. 2010.
http://www.imazon.org.br/novo2008/publicacoes_ler.php?idpub=3772

8 de dez. de 2010

IBGE lança Mapas Temáticos do estado do Amazonas com evento em Manaus

O IBGE divulga amanhã, quinta-feira, 09/12, os Mapas Temáticos do estado do Amazonas. O evento de lançamento da coleção, que contará com a presença do diretor de Geociências do instituto, Luiz Paulo Souto Fortes, e do chefe da Unidade Estadual do IBGE no Amazonas, Carlos Alberto Simonai, será no auditório da Reitoria da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), av. Djalma Batista, 3.578, bairro Flores, Manaus (AM), às 10h (horário local, 12h no horário de Brasília).

Os mapas abordam os temas vegetação, geologia, geomorfologia (relevo) e solos do Amazonas, na escala oficial de representação do estado (1:1.800.000), e foram atualizados por imagens de satélite, trabalhos de campo e dados de estudos anteriores. Eles podem colaborar para as políticas públicas de ocupação e/ou reordenamento do espaço e visam ao desenvolvimento sustentável por meio do uso racional dos recursos naturais.

1 de dez. de 2010

Como cuidar para o peixe não acabar

Novas publicações do ISA são lançadas no Médio Rio Negro


Como cuidar para o peixe não acabar, o primeiro volume da série Pescarias no Rio Negro foi lançado em novembro, e distribuído juntamente com a terceira edição do Boletim Rio Negro Socioambiental especialmente nos municípios de Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos. As duas publicações foram elaboradas para difundir informações aos moradores locais e subsidiar políticas públicas e participação social nos processos de ordenamento territorial e pesqueiro na região do Médio Rio Negro.


Pescarias no Rio Negro inicia uma série de publicações sobre as atividades pesqueiras na Bacia do Rio Negro. Inclui as diferentes modalidades de pesca dos povos indígenas, das demais populações tradicionais ribeirinhas e também das empresas de pesca e de turismo. Destinada ao público regional, em vários formatos, sem periodicidade definida e aberta a parcerias, a série pretende fornecer subsídios que contribuam para o ordenamento pesqueiro e a sustentabilidade da pesca na maior bacia de águas pretas do mundo. Como cuidar para o peixe não acabar é resultado de um processo de pesquisa que levantou resultados de estudos realizados na região do Médio Rio Negro reunindo subsídios para melhor compreender as redes da pesca comercial e esportiva.

Para as pesquisas de campo, a Asiba (Associação Indígena de Barcelos), Acimrn (Associação das Comunidades Indígenas do Rio Negro) e Foirn (Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro) foram importantes parceiros, principalmente, no esforço de valorizar e reconhecer o conhecimento local enquanto metodologia necessária para garantia de estudos eficazes e coerentes com a realidade local.
No dia 26 de novembro foi realizado um lançamento do livreto na sede da Asiba, em Barcelos, com uma breve apresentação de outras pesquisas executadas pela associação, em parceria com o ISA. Estiveram presentes os vereadores José Cleiton Carioca da Silva e Valmir Gonçalves da Silva, a secretária de Turismo, Vilmara Moraes, o secretário de Saúde, Marcos Lopes, o presidente da Comagept José Alberto Peres, bem como representantes da Coopiaçamarin, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Idam, Secretaria Municipal de Educação, 3º. BIS de Barcelos e alunos do curso de Tecnologia em Saneamento Ambiental da Universidade Estadual do Amazonas.

Já a terceira edição do boletim traz como tema “Ordenamento Territorial é condição para desenvolvimento sustentável do Médio Rio Negro”, apresentando os resultados do II Seminário sobre Ordenamento Territorial do Médio Rio Negro, realizado em outubro de 2009, em Barcelos. Além do histórico dessa discussão e trechos explicativos sobre as figuras de áreas protegidas, o boletim apresenta os mapas com os resultados dos exercícios cartográficos realizados durante o seminário, descreve experiências de ordenamento em outras regiões e traz exemplos de experiências em localidades onde a destinação fundiária e de uso de recursos influenciou positivamente a vida da população local. Clique aqui para ler.

Lideranças indígenas da Foirn e Coordenadoria do Médio e Baixo Rio Negro (Caimbrn), acompanhadas pela equipe do ISA, visitaram instituições em Manaus que foram convidadas para o II Seminário, com o intuito de distribuir o boletim e reforçar a importância da continuidade dessa discussão, bem como o interesse do movimento indígena em estimular o debate e a articulação interinstitucional para um planejamento participativo. A preocupação das lideranças indígenas reside no fato de que se trata de uma região imensa com uma sociobiodiversidade única e que, para além do reconhecimento dos direitos indígenas e da demarcação de suas terras, é preciso garantir que as outras áreas também tenham a devida destinação para sua preservação e valorização do uso por parte das populações tradicionais que ali habitam.



A comitiva esteve na Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado do Amazonas (SDS), com presença do Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam) e da Coordenação Executiva do Programa Manejo integrado dos Recursos Aquáticos da Amazônia (Aquabio – ICMBio/MMA) e reuniram-se também com o Instituto de Terras do Amazonas (Iteam), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e com a Coordenação Regional do Amazonas do Instituto Chico Mendes (ICMBio), órgão do Ministério do Meio Ambiente (MMA).



Localmente, o boletim foi distribuído para as instituições do poder público municipal de Barcelos e Santa Isabel do Rio Negro, associações, cooperativas, moradores das sedes municipais e das comunidades e durante a XII Assembleia da Foirn, para lideranças indígenas do Médio e do Alto Rio Negro.

Fonte: ISA, Instituto Socioambiental.
http://www.socioambiental.org/banco_imagens/pdfs/livreto-ok.pdf
Boletim Rio Negro Socioambiental  http://www.socioambiental.org/prg/BoletimRN3.pdf

Simpósio avaliou o uso da internet em comunidades indígenas

No último dia 26 de novembro/2010, ocorreu, na Cidade Universitária da Universidade de São Paulo, o encerramento do I Simpósio Indígena sobre Usos de Internet nas Comunidades Indígenas do Brasil, promovido pelo Núcleo de História Indígena e do Indigenismo USP, em parceria com o Laboratório da Imagem e Som em Antropologia da USP com o apoio da Rede de Cooperação Alternativa – RCA Brasil, da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da USP, da CAPES e da FAPESP.


Durante três dias, em plenárias que mesclaram apresentações de experiências de uso da internet com discussões entre os participantes, representantes de 16 povos indígenas discutiram os diferentes usos que têm feito da internet em suas comunidades. Nos debates, identificaram vários problemas comuns, a começar pelo número reduzido de comunidades indígenas que têm acesso a rede mundial de computadores. Equipamentos defasados, conexões lentas e intermitentes, falta de assistência técnica e dificuldade de acesso a programas de computadores foram algumas das dificuldades mapeadas pelo grupo. Ampliar o contato e a troca entre as comunidades indígenas, garantir que mais comunidades indígenas tenham acesso à internet, exigir do governo maior apoio às demandas indígenas por conexão e melhoria das instalações nas aldeias e a criação de uma rede das Redes, enquanto um espaço que aglutinaria todas as redes, sites e blogs indígenas hoje existentes, para melhorar o diálogo entre os povos indígenas, fortalecer a cultura e ser um espaço de cobrança de direitos são as principais propostas formuladas durante o simpósio. Ao término deste, os participantes elaboraram um documento, que é reproduzido a seguir.

Ata do 1º Simpósio Indígena sobre Usos da Internet no Brasil
As lideranças e indígenas, reunidas no I Simpósio Indígena sobre Usos de Internet nas Comunidades Indígenas do Brasil durante os dias 24 a 26 de Novembro de 2010, na sala da antiga biblioteca do Prédio de História e Geografia da FFLCH na USP (Universidade de São Paulo) em São Paulo-SP, após amplos debates chegaram às conclusões que seguem sobre o uso da Internet nas Comunidades Indígenas:
As dificuldades existentes:
- Dificuldade de Conexão: a antena GESAC que hoje se encontram nas aldeias indígenas não tem suprido a necessidade de conexão nas aldeias, tendo inclusive falhado constantemente em algumas Comunidades. São poucos os pontos de conexão nas aldeias Indígenas. A velocidade disponibilizada não permite downloads, upload; em muitas aldeias onde foi prometida a instalação de conexão ainda não foi instalada.

- Falta de equipamentos: os equipamentos que chegam às aldeias são muitas vezes velhos sem funcionar, os programas não são de fácil uso, equipamentos e software ultrapassados; é preciso tornar mais simples (desburocratizar) o processo aquisição de kits de Infocentros.
- Falta de manutenção: é necessária a formação de uma equipe indígena para manutenção dos computadores nas comunidades indígenas;
- falta de formação de equipe técnica nos pontos de acesso (equipe de multiplicadores): é necessária a formação de indígenas multiplicadores do uso das máquinas.
- falta de comunicação entre os indígenas que usam a internet

Encaminhamentos:
Diante de tudo que foi levantado e discutido pelos parentes presentes, ficou acordado a criação de uma Rede das Redes, um espaço que aglutinaria todas as redes, sites e blogs indígenas hoje existentes, para melhorar o diálogo entre os povos indígenas, fortalecer a cultura e ser um espaço de cobrança de nossos direitos.

Ficou claro que é urgente que mais aldeias sejam conectadas uma vez que é uma necessidade para uma maior comunicação com o mundo externo às aldeias e entre nós mesmos. A internet nas aldeias é uma ferramenta para buscar melhorias para as comunidades indígenas, daí a URGÊNCIA em solucionar os vários problemas que existem nas Aldeias como a conexão (muito lenta isso quando funciona), a falta de Computadores (muitos estão ultrapassados e sucateados) e demais questões acima citadas.
É necessário que tenham mais encontros como estes, pois é de suma importância discutir o tema da Internet nas aldeias, melhorias das condições do uso desta internet e o fortalecimento da Rede das Redes que será chamada de Rede Digital Cultura Indígena.
Por fim ficou a cargo da Rede Índios on Line e Web Brasil Indígena nas pessoas de Graciela Guarani, Alex Pankararu, Potyra Tê Tupinambá e Anapuáka Pataxó Hãhãhãe dar o suporte para os povos que ainda não tenham seus sites e blogs e também na criação do espaço virtual da Rede Digital Cultura Indígena.

São Paulo, 26 de novembro de 20101. Josinei Aniká dos Santos [Karipuna]02. Maurício Yekuana [Yekuana]03. Elizeu Nascimento Pedrosa [Piratapuia]04. Raimundo Benjamim Baniwa [Baniwa]05. Daniel Baniwa [Baniwa] 06. Jean Hundu Arara Jaminawa [Jaminawa] 07. Almir Narayamoga Suruí [Suruí]08. Chicoepab Suruí [Suruí]09. Takumã Kuikuro [Kuikuro]10. Kumaré Txicão [Ikpeng]11. Karané Txicão [Ikpeng]12. Devanildo Ramires [Guarani Kayowá]13. Elivelton de Souza [Guarani Kayowá]14. Paulo Gomes Guajajara [Guajajara]15. Edivan dos Santos Guajajara [Guajajara] 16. Járdilla Simões Jerônimo [Tapeba]17. Alex Pankararu [Pankararu] 18. Graciela Guarani [Guarani Kayowá] 19. Potyra Tê Tupinambá [Tupinambá]20. Anapuáká Muniz Tupinambá Hã-hã-hãe [Tupinambá Hã-hã-hãe] 21. Lucas Benite Xunu-Miri [Guarani Mbya] 22. Nélida Rete Venega [Guarani Mbya]23. Ataíde Vilharve [Guarani Mbya]24. Jonesvan Xakriabá [Xakriabá]

Fonte: Arca Brasil
 
VÍDEOS EXPÕEM OLHAR DOS ÍNDIOS
http://www.melodiaweb.com.br/Sessao.aspx?cod=1384
http://estudiolivre.org/tiki-browse_freetags.php?tag=comunidade