27 de dez. de 2010

Etnia Xikrin usa o cinema para perpetuar sua cultura

Projeto - Associação capacita jovens em produção audiovisual e faz essões nas tribos.
Evandro Corrêa

Índios da etnia Xikrin do Kateté, que habitam uma região situada a 450 quilômetros de Marabá, criaram o grupo audiovisual intitulado "Mekaron Opoidjo Ipey" - o equivalente a cineastas indígenas, em português. O projeto tem o objetivo principal de registrar a cultura e tradição da etnia. A criação do grupo foi estimulada pela Associação Indígena Porekrô, que, através do seu Ponto de Cultura Aldeia Digital, promove na comunidade um grande projeto, que terá a duração de três anos, com oficinas de formação em cinema.
De acordo com Bemaiti Xikrin, presidente da Porekrô, a iniciativa deverá mostrar à sociedade não indígena a riqueza e a beleza das festas e tradições da etnia. A primeira oficina do projeto foi realizada neste mês, pelo premiado cineasta Ronaldo Rosa. Durante cinco dias, ele ministrou oficina de roteiro com carga horária de 30 horas aula, tendo reunido 25 jovens indígenas.
Ronaldo Rosa afirmou que os indígenas assimilaram bem o que é um roteiro e sua construção, situação que vai facilitar todo o processo da capacitação em audiovisual. O cineasta ressaltou que durante os dias de oficina na aldeia Kateté foi possível fazer na prática o que foi aprendido em sala de aula, através do registro das manifestações culturais que estavam acontecendo no local, como a festa do Maribondo, que é o rito de passagem do guerreiro Xikrin.

Aproveitando as atividades de formação em audiovisual, o Ponto de Cultura Aldeia Digital lançou na comunidade o projeto "Mekaron Pront - que quer dizer cinema em movimento. O projeto vai promover, aos sábados, sessões de cinema ao ar livre no pátio central da aldeia. A sessão de inauguração contou com a participação de centenas de membros da comunidade, que ficaram maravilhados com a novidade. Na ocasião, o público acompanhou a exibição de documentários sobre a cultura dos povos indígenas brasileiros.

De acordo com Kaituky Xikrin, o projeto tem como finalidade a exibição e democratização do material produzido por membros da comunidade, que mostram as celebrações, rituais, festas e demais tradições da etnia.


Local: Belém - PA

Fonte: O Liberal
Link: http://www.oliberal.com.br/index.htm

21 de dez. de 2010

Amazônia e os Objetivos do Milênio 2010

Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio estabelecidos pela ONU no ano 2000 propõem metas e indicadores para medir e orientar melhorias nas condições socioeconômicas (pobreza, educação, saúde, desigualdade entre os gêneros, mortalidade infantil e materna) e ambientais em regiões pobres e em desenvolvimento do mundo. Neste O Estado da Amazônia, analisamos a evolução desses objetivos no contexto da Amazônia Legal até 2009. em relação às metas propostas para 2015 através de 25 indicadores.

Amazônia e os Objetivos do Milênio 2010
Celentano, D., Santos, D. & Veríssimo, A. Imazon. 2010.
http://www.imazon.org.br/novo2008/publicacoes_ler.php?idpub=3772

8 de dez. de 2010

IBGE lança Mapas Temáticos do estado do Amazonas com evento em Manaus

O IBGE divulga amanhã, quinta-feira, 09/12, os Mapas Temáticos do estado do Amazonas. O evento de lançamento da coleção, que contará com a presença do diretor de Geociências do instituto, Luiz Paulo Souto Fortes, e do chefe da Unidade Estadual do IBGE no Amazonas, Carlos Alberto Simonai, será no auditório da Reitoria da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), av. Djalma Batista, 3.578, bairro Flores, Manaus (AM), às 10h (horário local, 12h no horário de Brasília).

Os mapas abordam os temas vegetação, geologia, geomorfologia (relevo) e solos do Amazonas, na escala oficial de representação do estado (1:1.800.000), e foram atualizados por imagens de satélite, trabalhos de campo e dados de estudos anteriores. Eles podem colaborar para as políticas públicas de ocupação e/ou reordenamento do espaço e visam ao desenvolvimento sustentável por meio do uso racional dos recursos naturais.

1 de dez. de 2010

Como cuidar para o peixe não acabar

Novas publicações do ISA são lançadas no Médio Rio Negro


Como cuidar para o peixe não acabar, o primeiro volume da série Pescarias no Rio Negro foi lançado em novembro, e distribuído juntamente com a terceira edição do Boletim Rio Negro Socioambiental especialmente nos municípios de Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos. As duas publicações foram elaboradas para difundir informações aos moradores locais e subsidiar políticas públicas e participação social nos processos de ordenamento territorial e pesqueiro na região do Médio Rio Negro.


Pescarias no Rio Negro inicia uma série de publicações sobre as atividades pesqueiras na Bacia do Rio Negro. Inclui as diferentes modalidades de pesca dos povos indígenas, das demais populações tradicionais ribeirinhas e também das empresas de pesca e de turismo. Destinada ao público regional, em vários formatos, sem periodicidade definida e aberta a parcerias, a série pretende fornecer subsídios que contribuam para o ordenamento pesqueiro e a sustentabilidade da pesca na maior bacia de águas pretas do mundo. Como cuidar para o peixe não acabar é resultado de um processo de pesquisa que levantou resultados de estudos realizados na região do Médio Rio Negro reunindo subsídios para melhor compreender as redes da pesca comercial e esportiva.

Para as pesquisas de campo, a Asiba (Associação Indígena de Barcelos), Acimrn (Associação das Comunidades Indígenas do Rio Negro) e Foirn (Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro) foram importantes parceiros, principalmente, no esforço de valorizar e reconhecer o conhecimento local enquanto metodologia necessária para garantia de estudos eficazes e coerentes com a realidade local.
No dia 26 de novembro foi realizado um lançamento do livreto na sede da Asiba, em Barcelos, com uma breve apresentação de outras pesquisas executadas pela associação, em parceria com o ISA. Estiveram presentes os vereadores José Cleiton Carioca da Silva e Valmir Gonçalves da Silva, a secretária de Turismo, Vilmara Moraes, o secretário de Saúde, Marcos Lopes, o presidente da Comagept José Alberto Peres, bem como representantes da Coopiaçamarin, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Idam, Secretaria Municipal de Educação, 3º. BIS de Barcelos e alunos do curso de Tecnologia em Saneamento Ambiental da Universidade Estadual do Amazonas.

Já a terceira edição do boletim traz como tema “Ordenamento Territorial é condição para desenvolvimento sustentável do Médio Rio Negro”, apresentando os resultados do II Seminário sobre Ordenamento Territorial do Médio Rio Negro, realizado em outubro de 2009, em Barcelos. Além do histórico dessa discussão e trechos explicativos sobre as figuras de áreas protegidas, o boletim apresenta os mapas com os resultados dos exercícios cartográficos realizados durante o seminário, descreve experiências de ordenamento em outras regiões e traz exemplos de experiências em localidades onde a destinação fundiária e de uso de recursos influenciou positivamente a vida da população local. Clique aqui para ler.

Lideranças indígenas da Foirn e Coordenadoria do Médio e Baixo Rio Negro (Caimbrn), acompanhadas pela equipe do ISA, visitaram instituições em Manaus que foram convidadas para o II Seminário, com o intuito de distribuir o boletim e reforçar a importância da continuidade dessa discussão, bem como o interesse do movimento indígena em estimular o debate e a articulação interinstitucional para um planejamento participativo. A preocupação das lideranças indígenas reside no fato de que se trata de uma região imensa com uma sociobiodiversidade única e que, para além do reconhecimento dos direitos indígenas e da demarcação de suas terras, é preciso garantir que as outras áreas também tenham a devida destinação para sua preservação e valorização do uso por parte das populações tradicionais que ali habitam.



A comitiva esteve na Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado do Amazonas (SDS), com presença do Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam) e da Coordenação Executiva do Programa Manejo integrado dos Recursos Aquáticos da Amazônia (Aquabio – ICMBio/MMA) e reuniram-se também com o Instituto de Terras do Amazonas (Iteam), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e com a Coordenação Regional do Amazonas do Instituto Chico Mendes (ICMBio), órgão do Ministério do Meio Ambiente (MMA).



Localmente, o boletim foi distribuído para as instituições do poder público municipal de Barcelos e Santa Isabel do Rio Negro, associações, cooperativas, moradores das sedes municipais e das comunidades e durante a XII Assembleia da Foirn, para lideranças indígenas do Médio e do Alto Rio Negro.

Fonte: ISA, Instituto Socioambiental.
http://www.socioambiental.org/banco_imagens/pdfs/livreto-ok.pdf
Boletim Rio Negro Socioambiental  http://www.socioambiental.org/prg/BoletimRN3.pdf

Simpósio avaliou o uso da internet em comunidades indígenas

No último dia 26 de novembro/2010, ocorreu, na Cidade Universitária da Universidade de São Paulo, o encerramento do I Simpósio Indígena sobre Usos de Internet nas Comunidades Indígenas do Brasil, promovido pelo Núcleo de História Indígena e do Indigenismo USP, em parceria com o Laboratório da Imagem e Som em Antropologia da USP com o apoio da Rede de Cooperação Alternativa – RCA Brasil, da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da USP, da CAPES e da FAPESP.


Durante três dias, em plenárias que mesclaram apresentações de experiências de uso da internet com discussões entre os participantes, representantes de 16 povos indígenas discutiram os diferentes usos que têm feito da internet em suas comunidades. Nos debates, identificaram vários problemas comuns, a começar pelo número reduzido de comunidades indígenas que têm acesso a rede mundial de computadores. Equipamentos defasados, conexões lentas e intermitentes, falta de assistência técnica e dificuldade de acesso a programas de computadores foram algumas das dificuldades mapeadas pelo grupo. Ampliar o contato e a troca entre as comunidades indígenas, garantir que mais comunidades indígenas tenham acesso à internet, exigir do governo maior apoio às demandas indígenas por conexão e melhoria das instalações nas aldeias e a criação de uma rede das Redes, enquanto um espaço que aglutinaria todas as redes, sites e blogs indígenas hoje existentes, para melhorar o diálogo entre os povos indígenas, fortalecer a cultura e ser um espaço de cobrança de direitos são as principais propostas formuladas durante o simpósio. Ao término deste, os participantes elaboraram um documento, que é reproduzido a seguir.

Ata do 1º Simpósio Indígena sobre Usos da Internet no Brasil
As lideranças e indígenas, reunidas no I Simpósio Indígena sobre Usos de Internet nas Comunidades Indígenas do Brasil durante os dias 24 a 26 de Novembro de 2010, na sala da antiga biblioteca do Prédio de História e Geografia da FFLCH na USP (Universidade de São Paulo) em São Paulo-SP, após amplos debates chegaram às conclusões que seguem sobre o uso da Internet nas Comunidades Indígenas:
As dificuldades existentes:
- Dificuldade de Conexão: a antena GESAC que hoje se encontram nas aldeias indígenas não tem suprido a necessidade de conexão nas aldeias, tendo inclusive falhado constantemente em algumas Comunidades. São poucos os pontos de conexão nas aldeias Indígenas. A velocidade disponibilizada não permite downloads, upload; em muitas aldeias onde foi prometida a instalação de conexão ainda não foi instalada.

- Falta de equipamentos: os equipamentos que chegam às aldeias são muitas vezes velhos sem funcionar, os programas não são de fácil uso, equipamentos e software ultrapassados; é preciso tornar mais simples (desburocratizar) o processo aquisição de kits de Infocentros.
- Falta de manutenção: é necessária a formação de uma equipe indígena para manutenção dos computadores nas comunidades indígenas;
- falta de formação de equipe técnica nos pontos de acesso (equipe de multiplicadores): é necessária a formação de indígenas multiplicadores do uso das máquinas.
- falta de comunicação entre os indígenas que usam a internet

Encaminhamentos:
Diante de tudo que foi levantado e discutido pelos parentes presentes, ficou acordado a criação de uma Rede das Redes, um espaço que aglutinaria todas as redes, sites e blogs indígenas hoje existentes, para melhorar o diálogo entre os povos indígenas, fortalecer a cultura e ser um espaço de cobrança de nossos direitos.

Ficou claro que é urgente que mais aldeias sejam conectadas uma vez que é uma necessidade para uma maior comunicação com o mundo externo às aldeias e entre nós mesmos. A internet nas aldeias é uma ferramenta para buscar melhorias para as comunidades indígenas, daí a URGÊNCIA em solucionar os vários problemas que existem nas Aldeias como a conexão (muito lenta isso quando funciona), a falta de Computadores (muitos estão ultrapassados e sucateados) e demais questões acima citadas.
É necessário que tenham mais encontros como estes, pois é de suma importância discutir o tema da Internet nas aldeias, melhorias das condições do uso desta internet e o fortalecimento da Rede das Redes que será chamada de Rede Digital Cultura Indígena.
Por fim ficou a cargo da Rede Índios on Line e Web Brasil Indígena nas pessoas de Graciela Guarani, Alex Pankararu, Potyra Tê Tupinambá e Anapuáka Pataxó Hãhãhãe dar o suporte para os povos que ainda não tenham seus sites e blogs e também na criação do espaço virtual da Rede Digital Cultura Indígena.

São Paulo, 26 de novembro de 20101. Josinei Aniká dos Santos [Karipuna]02. Maurício Yekuana [Yekuana]03. Elizeu Nascimento Pedrosa [Piratapuia]04. Raimundo Benjamim Baniwa [Baniwa]05. Daniel Baniwa [Baniwa] 06. Jean Hundu Arara Jaminawa [Jaminawa] 07. Almir Narayamoga Suruí [Suruí]08. Chicoepab Suruí [Suruí]09. Takumã Kuikuro [Kuikuro]10. Kumaré Txicão [Ikpeng]11. Karané Txicão [Ikpeng]12. Devanildo Ramires [Guarani Kayowá]13. Elivelton de Souza [Guarani Kayowá]14. Paulo Gomes Guajajara [Guajajara]15. Edivan dos Santos Guajajara [Guajajara] 16. Járdilla Simões Jerônimo [Tapeba]17. Alex Pankararu [Pankararu] 18. Graciela Guarani [Guarani Kayowá] 19. Potyra Tê Tupinambá [Tupinambá]20. Anapuáká Muniz Tupinambá Hã-hã-hãe [Tupinambá Hã-hã-hãe] 21. Lucas Benite Xunu-Miri [Guarani Mbya] 22. Nélida Rete Venega [Guarani Mbya]23. Ataíde Vilharve [Guarani Mbya]24. Jonesvan Xakriabá [Xakriabá]

Fonte: Arca Brasil
 
VÍDEOS EXPÕEM OLHAR DOS ÍNDIOS
http://www.melodiaweb.com.br/Sessao.aspx?cod=1384
http://estudiolivre.org/tiki-browse_freetags.php?tag=comunidade

23 de nov. de 2010

Encontro no Pará discute retorno do Programa Quelônios ao Ibama

Um novo formato para o Programa Quelônios da Amazônia (PQA) começou a ser discutido nesta segunda-feira (22/11) durante uma reunião técnica em Belém, no Pará. Um dos maiores esforços de manejo de fauna do mundo, com 60 milhões de filhotes reproduzidos, o PQA retorna ao Ibama após três anos sob a gestão do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Na abertura do encontro, o superintendente do Ibama no Pará, Sérgio Suzuki, destacou a importância do programa para a conservação da biodiversidade amazônica. “O Ibama no Pará vai apoiar as iniciativas do PQA para que o manejo sustentável dos quelônios se torne uma realidade no estado”, completou.
Do total de quelônios manejados pelo PQA de 1979 até 2006, os rios, lagos e praias do Pará contribuíram com cerca de 21 milhões de filhotes. O que demonstra a importância dos rios Tapajós, Xingu, Trombetas e os do baixo Amazonas, onde ocorrem boa parte das desovas, para o esforço de conservação da espécie na Amazônia Legal.
Gestão sem fronteiras Apesar de integrar desde 2007 o organograma do ICMBio, o Programa Quelônios da Amazônia sofreu nos últimos anos com uma administração que, na prática, se dividiu entre Ibama e o órgão criado para gerir as unidades de conservação federais.
“A repartição de atribuições entre os dois não era adequada, porque não atendia as várias facetas do projeto. Não tinha sentido o Ibama ficar com ações de manejo e o ICMBio com as de pesquisa. Um atuar fora e outro dentro das unidades de conservação. Quelônios são migratórios e não respeitam tais fronteiras”, explica o Coordenador Geral do PQA, Vitor Hugo Cantarelli.
Na reunião técnica, que segue até quarta (24/11), agora serão discutidas ações que atendam todos os objetivos de conservação da espécie para o período 2011-2015. Entre elas, manejo de quelônios na natureza, desenvolvimento de bens sustentáveis por meio de criadouros de fauna, envolvimento das populações tradicionais, pesquisas associadas ao manejo e capacitação das parcerias com estados e municípios. “Ao final, sairemos de Belém com uma política de conservação, um norte para balizar as estratégias locais e regionais, que estavam dispersas por vários estados”, diz Cantarelli.
Atenção às espécies de risco Outra mudança significativa no programa ocorrerá no foco. Antes, o PQA atuava na proteção de todas as tartarugas que ocorrem na Amazônia Legal. Agora os esforços serão concentrados nas seis espécies mais ameaçadas, justamente as consumidas em larga escala pelas populações locais: tartaruga-da-amazônia (Podocnemis expansa), tracajá (Padocnemis unifilis), calamã ou irapuca (Podocnemis erytrocephala), pitiú (Podocnemis sextuberculata), cabeçudo (Petocephalus dumeriliana) e muçuã (Kinosternon scorpioides).
Participam da reunião técnica os executores do PQA em todos os estados da Amazônia Legal (Acre, Rondônia, Roraima, Amapá, Amazonas, Pará, Mato Grosso, Goiás e Tocantis), além do Maranhão; chefes de Divisões Técnicas do Ibama; a Coordenação de Gestão de Uso de Espécies da Fauna (Coefa) e a Divisão de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas (DBFlo).


18 de nov. de 2010

Exposição e prêmios encerram concurso fotográfico em Canarana (MT)

Mais de 400 pessoas estiveram presentes no encerramento do concurso fotográfico "Eu e o Cerrado em Canarana", no dia 9 de novembro último, na Câmara Municipal de Canarana. Além de coquetel de frutos do cerrado e da inauguração da exposição itinerante com as fotos selecionadas, foram entregues nove prêmios e quatro menções honrosas aos autores. As imagens concorrentes foram inscritas em três categorias: Povos do Cerrado, Biodiversidade do Cerrado e Curiosidades do Cerrado.

O concurso fotográfico foi inaugurado em 11 de setembro, em comemoração ao dia do Cerrado, bioma que está presente em 20% do território nacional e é considerado a savana mais biodiversa do mundo. O concurso foi realizado pelo ISA no âmbito da Campanha Y Ikatu Xingu, e faz parte da agenda socioambiental de Canarana, criada em uma parceria entre a Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente (Seagri), ISA, Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Semec), Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e Prefeitura Municipal.

Cristina Velásquez, assessora do ISA e organizadora do evento, explica que o objetivo da iniciativa era estimular as pessoas a conhecer mais sobre o Cerrado, bioma que recobre 55% do município de Canarana. "A ideia é fazer com que as pessoas entrem em contato com a riqueza de espécies que temos em nosso município. Ao participar deste concurso, essas pessoas são estimuladas a olhar de outra maneira para o lugar onde moram”.

Parcerias
A realização do concurso fotográfico “Eu e o Cerrado em Canarana” foi viabilizada através do apoio das instituições parceiras: Ecoar Comunicações, Ana Gonçalves Studio digital, Restaurante Chopinho, Sistema de Crédito Coorporativo (SICREDI), Seagri, Jornal O Pioneiro, Escola de Idiomas Fisk, rádio Araguaia FM, rádio Vida Nova FM, Associação dos Representantes de Defensivos Agrícolas do Vale do Araguaia (Ardava) e Canarana TV.

Os apoiadores entregaram os prêmios aos vencedores e discursaram sobre a iniciativa. “Atividades como esta nos levam a enxergar nossa região de forma diferente. Temos muita riqueza natural à nossa volta e nossas ações precisam refletir isso”, afirmou Marcelo Maceo, presidente da Ecoar Comunicações, um dos participantes da comissão julgadora do concurso e apoiador da iniciativa. “Hoje todo mundo tem uma câmera fotográfica ou um celular que tira foto, então é muito interessante dar oportunidade para que as pessoas usem seus equipamentos para desenvolver trabalhos culturais como este”, disse a fotógrafa Ana Gonçalves, também participante da comissão julgadora.


Prêmios
Os três autores das fotos vencedoras de cada categoria foram premiados com um cheque no valor de R$ 100,00 pagos pelo SICREDI. Os segundos lugares receberam R$ 80,00 pagos pela Ardava, e os terceiros lugares R$ 60,00 pagos pelo ISA. Todos os cheques são destinados a abertura de poupança no SICRED. Os quatro autores das imagens que receberam menção honrosa foram premiados com mochilas entregues pela Escola de Idiomas Fisk.

Exposição itinerante
As fotos premiadas poderão ser vistas pelo público na exposição itinerante “Eu e o Cerrado em Canarana”, composta por 26 imagens, que ficará uma semana no restaurante Chopinho, a partir do dia 11 de novembro, e depois passará pelo SICREDI, por escolas do município e supermercados.

Fonte: http://www.socioambiental.org/nsa/detalhe?id=3213

26 de out. de 2010

Amazônia Viva: uma década de descobertas 1999-2009

Mais de 1.200 novas espécies de plantas e de animais vertebrados foram descobertas no bioma Amazônia entre 1999 e 2009. Isso significa uma nova espécie a cada três dias e confirma a Amazônia como um dos lugares mais diversos do planeta, segundo o relatório Amazônia Viva: uma década de descobertas 1999-2009, da Rede WWF.

As novas espécies descritas no relatório compreendem 637 plantas, 257 peixes, 216 anfíbios, 55 répteis, 16 aves e 39 mamíferos.

Esse relatório abrange novas descobertas que foram descritas em periódicos científicos que utilizam avaliação pelos pares. As novas espécies foram identificadas por cientistas de várias instituições do mundo todo, inclusive museus, universidades, organizações governamentais e não-governamentais.

Faça o download do relatório: http://www.wwf.org.br/informacoes/bliblioteca/?26345%2FAmazonia-Viva-uma-decada-de-descobertas-1999-2009

22 de out. de 2010

Cientistas das Américas discutem futuro da Amazônia

Encontro reunirá em Manaus, dias 25 e 26, pesquisadores de 18 países.


"O Futuro da Amazônia" é o tema central do simpósio internacional que a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Associação Interciência realizarão nos dias 25 e 26 de outubro, no Hotel Tropical, em Manaus (AM).

O evento reunirá palestrantes das Américas do Sul e do Norte em três painéis: bens e serviços ambientais; potencial da biodiversidade e desenvolvimento sustentável; e desafios ambientais. Na platéia, estarão pesquisadores dos 18 países das três Américas que têm entidades científicas associadas à Interciência.

O canadense Michel Bergeron, presidente da Interciência, explica que o simpósio, promovido em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), deverá se pautar pelos interesses comuns de pesquisadores e professores em favor do progresso da ciência na região amazônica, o que, segundo ele, a SBPC já vem fazendo nos últimos anos "de modo muito eficiente e articulado".

"Não apenas a Amazônia, mas o Planeta é uma responsabilidade de todos nós. E se a humanidade deseja viver em harmonia, ela precisa estar atenta para o fato de que as decisões sobre as questões ambientais que serão tomadas nos próximos anos influenciarão diretamente a qualidade de vidas das populações", disse.

"O desmatamento na Amazônia, por exemplo, gera mais gases do efeito estufa na atmosfera, aumentando o problema das mudanças climáticas globais. A complexidade dessa e de outras questões, como o excesso de veículos nas grandes cidades, faz com que, cada vez mais, as decisões tenham de ser tomadas em conjunto, especialmente entre grupos de governantes e de cientistas.

Para o presidente da SBPC, Marco Antonio Raupp, a articulação entre governo e instituições de pesquisa é “imprescindível” para o enfrentamento dos problemas da Amazônia uma vez que, afirma ele, “as melhores soluções serão encontradas com base nos estudos científicos".

A abertura do simpósio internacional da Associação Interciência ocorrerá às 8h30 do dia 25 com a conferência "A Amazônia: visão geral e desafios", a ser proferida por Adalberto Luis Val, diretor do Inpa.

Na sequência, os painéis abrigarão debates como "Populações tradicionais da Amazônia: diversidade cultural e o futuro", "População, saúde, biodiversidade e desenvolvimento sustentável na Amazônia brasileira", "Infraestrutura de pesquisa em biodiversidade da Amazônia", "Indústrias de extração mineral sustentável em um bioma sensível" e "Bio-inovação para as Américas".

Os presidentes da SBPC, Marco Antonio Raupp, e da Interciencia, Michel Bergeron, encerrarão o simpósio no final da manhã do dia 26 com considerações e recomendações obtidas durante os debates. "Esperamos chamar a atenção da comunidade científica para, entre outras coisas, a importância de uma maior colaboração internacional em torno dos assuntos de interesse da Amazônia, além de ressaltarmos a urgência da questão do desmatamento na região, da maior utilização de energias renováveis e do incremento das pesquisas científicas como forma de chegarmos ao desenvolvimento sustentável da região a partir de seus próprios recursos naturais", informa o presidente da SBPC.

A vinda da delegação da Interciência também será aproveitada para a realização do 36º encontro da associação, que ocorrerá no dia 24 de outubro, também em Manaus. A Associação Interciência, que congrega 33 entidades científicas de 18 países, foi criada com o objetivo de unir a comunidade científica das Américas para promover o desenvolvimento das nações e o bem-estar de seus povos.

A participação no simpósio “O Futuro da Amazônia” é aberta a pesquisadores e estudantes de pós-graduação. As inscrições devem ser feitas no local (Hotel Tropical – Sala Tarumã), a partir das 8h00 do dia 25.

A programação está em http://www.sbpcnet.org.br/interc/interciencia.pdf

19 de out. de 2010

A floresta é sustentável

Por Antonio Carlos Hummel, Diretor-Geral do Serviço Florestal Brasileiro do MMA


Os produtos madeireiros e não-madeireiros das florestas brasileiras são partes indissociáveis de várias cadeias de produção no País. A Floresta Amazônica, por exemplo, atende a uma demanda de, aproximadamente, 25 milhões de m3/ano de madeira nativa. A Caatinga, por sua vez, atende a uma demanda de cerca de 28 milhões de estéreis de lenha, principalmente para fins energéticos. O problema é que parte disso vem de exploração predatória ou do avanço da fronteira agropecuária, que converte a floresta em área agricultável, a preços de liquidação. Se essa exploração desordenada persistir, perderemos as florestas e a oportunidade de viabilizar uma economia florestal genuína, que distribua renda e promova o desenvolvimento.

O manejo florestal sustentável é uma das saídas que podem equacionar a questão. Metodologia aperfeiçoada há décadas pela pesquisa dá garantias às demandas de mercado, evitando o desmatamento e mantendo os serviços ambientais. O segredo está na exploração, por ciclos de até trinta anos (na Amazônia), que respeitem a regeneração da floresta. Em biomas não-amazônicos, esse ciclo pode ser adaptado. Segundo o IBAMA, existem, na Amazônia, mais de 11 milhões de ha de terras privadas legalizadas, que podem receber manejo sustentável. Área suficiente para oferecer de 8 a 10 milhões de m3 de madeira, de forma sustentável, que cobriria um terço da demanda de madeira nativa.

Concessões Florestais

O Governo Federal já oferece a oportunidade de manejo de áreas de florestas públicas, por concessão de uso sustentável de até 40 anos, graças à aprovação pelo Congresso Nacional da Lei de Gestão de Florestas Públicas, que criou o Serviço Florestal Brasileiro. O Plano Anual de Outorga Florestal (PAOF) da União para o ano de 2010 tem como objetivo geral identificar e descrever as florestas públicas federais passíveis de concessão florestal, considerando a convergência e o alinhamento com outras políticas da União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal. O PAOF 2010 foi elaborado com base no Cadastro Nacional de Florestas Públicas (CNFP) que, em Junho de 2009 registrava aproximadamente 211 milhões de hectares de Florestas Públicas cadastradas – cerca de 197 milhões de Florestas Públicas federais e 14 milhões de florestas públicas estaduais.

Dos 197 milhões de hectares de florestas federais, 79%, ou seja, 155 milhões de hectares são compostos por Terras Indígenas, Unidades de Conservação de Proteção Integral, áreas ocupadas por comunidades locais e áreas militares, os quais devem ser excluídos de qualquer processo de concessão florestal em razão das restrições de caráter legal. A área restante, aproximadamente 42 milhões de hectares, está dividida em Florestas Nacionais (14,4 milhões de ha), Área de Proteção Ambiental (1,6 milhão de ha) e florestas não destinadas (26 milhões de ha). Esse conjunto de florestas é considerado legalmente apto para concessão florestal.

As florestas não destinadas são avaliadas com base: 1) no potencial definido para destinação como áreas de produção sob regime de concessão florestal; 2) nas condições objetivas de licenciamento ambiental no período do PAOF 2010; e, 3) na relevância estratégica. Para o período de Janeiro a Dezembro de 2010, a totalidade das florestas públicas federais não destinadas (26 milhões de ha) foi excluída da possibilidade de ser objeto de licitação para fins de concessão florestal.

As Florestas Nacionais e Áreas de Proteção Ambiental, quando avaliadas quanto à possibilidade de aprovação dos planos de manejo das unidades no período de vigência do PAOF 2010 e quanto à indicação de uso exclusivamente comunitário no período em questão, tiveram 8,9 milhões e cerca de 600 mil hectares, respectivamente, excluídos da concessão florestal em 2010.

O manejo florestal não é só uma boa iniciativa para atrair investimentos, ele também garante geração de renda para as comunidades locais. Um exemplo, na Floresta Nacional do Tapajós, PA, o Projeto Ambé, de manejo florestal comunitário, garante renda para moradores de cerca de 20 comunidades. Os cooperados manejam, além da madeira, produtos não-madeireiros, como frutos, óleos, etc.

O manejo florestal sustentável é um dos eixos da política do MMA, para tratar da conservação florestal, o outro é a regularização fundiária. Por meio dela, o desmatamento pode ser melhor controlado. E, com as propriedades legalizadas, uma produção regular de madeireiros e não-madeireiros poderá se estabelecer. Com isso, outra parte da enorme demanda por produtos florestais poderá ser atendida. O Governo Federal oferece linhas de créditos, através da Propflora do BNDES, para a produção florestal, com juros de 6,75% a.a., e que, ainda, podem ser investidas na recuperação de reserva legal, ativando-a para a produção. O empreendedor precisa pensar na melhoria dos processos tecnológicos. Diminuir perdas é fundamental. Há várias iniciativas de sucesso no MT e PA. Empresários que antes se limitavam a produzir tábuas modernizaram seus equipamentos e capacitaram pessoal, e estão fabricando tacos e outros produtos, que agregam valor e diversificam o mercado.

Caatinga

Outros biomas florestais fornecem matéria-prima para as cadeias produtivas. Na Caatinga, por exemplo, cerca de 28 milhões de estéreis de lenha/ano são consumidos de forma insustentável, para consumo doméstico e para atender à demanda de lenha e carvão de polos gesseiros e cerâmicos.

Estima-se que o comércio de carvão vegetal e lenha movimentem, juntos, cerca de R$ 700 mil por ano. A boa notícia é que pesquisas recentes provaram que o manejo da Caatinga é ambientalmente viável. A Rede de Manejo Floresta da Caatinga, apoiada pelo Global Environment Facility - GEF/Caatinga/MMA e com a participação das universidades federais de Pernambuco e Campina Grande, há décadas pesquisa o uso sustentável do bioma. Em 2008 a iniciativa recebeu o Prêmio Energy Globe Award, um dos mais importantes reconhecimentos mundiais de iniciativas ligadas ao uso sustentável dos recursos naturais e à energia renovável. O “Manejo Florestal para a Produção Sustentável de Lenha em Assentamentos Rurais do Semiárido Nordestino”, realizado pela ONG Associação Plantas do Nordeste/APNE, uma parceira do Serviço Florestal Brasileiro, foi selecionada entre 769 concorrentes de 11 países. Esse reconhecimento mostra que o Ministério do Meio Ambiente está no caminho certo quando apóia o manejo sustentável do bioma. Dados de 2007 apontam que cerca de 80 mil ha estão sobe regime de manejo ativo.

O uso sustentável dos recursos florestais deve ser considerado uma forma de inovação do setor industrial brasileiro. E o Brasil, como nação megaflorestal, tem que saber gerenciar esses recursos, de forma estratégica. O Serviço Florestal Brasileiro sabe disso e vai além. Aposta que o manejo florestal sustentável seja peça-chave para a perenidade dessas riquezas. Valorizadas, as florestas geram os próprios recursos, que serão investidos na sua conservação e manutenção dos serviços ambientais, por elas garantidos.

*Este texto é parte integrante da Revista Eco 21, edição 166, de setembro de 2010. Para conhecer acesse http://www.eco21.com.br/home/index.asp. Para assinar acesse http://www.eco21.com.br/assinaturas/assinaturas.asp.

10 de out. de 2010

O mercado de peixes ornamentais

Perto de completar 70 anos, o comércio de peixes ornamentais no Brasil ainda navega em águas incertas.

Matéria publica em  19/11/2009  na "Terra da Gente"  reúne informações relevantes sobre a temática, com destaque para Barcelos, leia em:
http://eptv.globo.com/terradagente/NOT,0,0,277939,O+mercado+de+peixes+ornamentais.aspx

8 de out. de 2010

Fest Cineamazônia®

A mostra itinerante é uma integração cultural para abertura de novos públicos para o cinema brasileiro e Latino Americano.

Um evento que tem como objetivo principal divulgar, integrar e promover discussões em torno da produção de cinema e vídeos nacionais e internacionais,legendados ou narrados na Língua Portuguesa, em especial, que tenham como temática central o meio ambiente. O Festival acontece uma vez por ano, em Porto Velho - RO, no mês de novembro.

O Fest Cineamazônia® receberá filmes de Portugal, Moçambique, Cabo Verde e Angola através de parceria firmada com a Comunidade dos Países de Lingua Portuguesa (CPLP). Esta parceria proporciona que o festival seja levado para Coimbra e Évora (Portugal), e Cabo Verde, no continente africano.

http://www.cineamazonia.com/ver_noticia.asp?id=111

4 de out. de 2010

Grupo Santander vai premiar universitários com ideias sustentáveis

Desafio é propor ações que gerem impactos ambientais, econômicos e sociais positivos em instituições de ensino
Que ideias sustentáveis você tem para a sua universidade?” Essa é a pergunta que o Grupo Santander, lança para os universitários de todo o Brasil. Para participar, os estudantes devem se juntar em grupos de três alunos e mais um professor orientador, fazer o cadastro e enviar sua proposta em formato de vídeos ou apresentações de slides pelo site http://www.caminhoseescolhas.com.br/desafiosustentabilidade/

A data limite para o envio da proposta é 12 de outubro. A proposta deve conter ações que gerem impactos ambientais, econômicos e sociais positivos e que possam ser viáveis em instituições de ensino. Os integrantes do grupo vencedor ganharão um curso de empreendedorismo na Babson College, em Boston, nos EUA.

A iniciativa faz parte do projeto Desafio Santander de Sustentabilidade, que dá oportunidade para que estudantes desenvolvam competências pessoais e profissionais e aprofundem conceitos e práticas de sustentabilidade.

Seleção

De 13 a 28 de outubro, os vídeos e slides ficarão abertos para acesso do público, que poderá se manifestar indicando as ideias que gostar mais.

Os autores dos melhores 15 trabalhos selecionados participarão de três videochats com especialistas no tema. Depois disso, os grupos concluem sua proposta com um professor orientador de sua escolha e a banca técnica escolhe os cinco melhores projetos.

Em dezembro, em um evento aberto para o público, os finalistas apresentam seus projetos em São Paulo para a banca julgadora, responsável por escolher o grande vencedor.

“Acreditamos que as universidades têm um papel fundamental na construção e disseminação de conhecimento, e na formação de profissionais e cidadãos preparados para enfrentar os desafios de nossa época”, comenta Maria Luiza Pinto, diretora de Desenvolvimento Sustentável do Santander.

Obs. Regulamento oficial: http://www.caminhoseescolhas.com.br/Concursos/material/regulamento_concurso_sustentabilidade.pdf

30 de set. de 2010

Água doce e ameaçada

Uma análise em escala global, que poderá auxiliar a identificar as áreas em que a disponibilidade de água para consumo estão mais ameaçadas no mundo, é o destaque na edição desta quinta-feira (30/9) da revista Nature.

A pesquisa, feita por cientistas da Austrália, Estados Unidos, Alemanha e China, destaca as maiores ameaças tanto à segurança da água como à biodiversidade nos rios do planeta.

Apesar de a água ser o mais essencial dos recursos naturais, os sistemas de água doce que podem ser usados para consumo humano estão fortemente ameaçados justamente pelo homem, principalmente pela poluição e também como resultado de processos como a urbanização, industrialização, irrigação e a construção de reservatórios.

Soma-se a isso o aquecimento global e o resultado está longe de ser animador. Segundo os autores do estudo, desenvolver alternativas que possam reverter essa tendência exige primeiramente que se tenha um diagnóstico das ameaças à segurança da água tanto no nível local como no global.

Charles Vorosmarty, da Universidade da Cidade de Nova York, e colegas descrevem no artigo um modelo espacial que fornece uma análise global das ameaças à água doce. É o primeiro modelo a considerar a segurança da água usada para consumo humano em conjunto com a biodiversidade aquática.

Além de listar quais são as principais ameaças, o estudo identifica as áreas de maior risco. Segundo o trabalho, grandes investimentos no uso e no tratamento de água nos países mais ricos têm beneficiado seus habitantes, diminuindo em até 95% a ameaça à segurança da água nesses locais.

Em compensação, nos países mais pobres os investimentos reduzidos no setor implicam que a vulnerabilidade ao problema nessas áreas é muito elevada.

Mas, mesmo nas nações mais ricas, de acordo com a pesquisa, os investimentos em massa em tecnologia de uso da água têm permitido “ofuscar os níveis de estresse”, mas sem remediar as causas por trás do problema.

O estudo concluiu que 80% da população mundial está exposta a níveis elevados de ameaças à segurança da água. A falta de investimento no cuidado dos rios e corpos de água doce também coloca em risco a biodiversidade, indicam os autores.

“A proliferação de áreas densamente povoadas em zonas costeiras, incluindo megacidades, implica que seus rios apresentem alto nível de ameaças à segurança da água por virtualmente toda a sua extensão, como, por exemplo, o Paraíba do Sul, no Estado de São Paulo, o Pasig, em Manila, nas Filipinas, e o Ogun, em Lagos, na Nigéria”, disseram.

Segundo eles, é urgente a necessidade de mobilizar recursos para apoiar abordagens que possam enfrentar o problema. “Sem grandes compromissos políticos e financeiros, contrastes marcantes na segurança da água usada por humanos continuarão a separar os ricos dos pobres”, afirmam.

O artigo Global threats to human water security and river biodiversity (doi:10.1038/nature09440), de Charles Vorosmarty e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em http://www.nature.com/  

Contaminantes emergentes na água

Durante a década de 1990, houve uma redução na população de jacarés que habitava os pântanos da Flórida, nos Estados Unidos. Ao investigar o problema, cientistas perceberam que os machos da espécie tinham pênis menores do que o normal, além de apresentar baixos índices do hormônio masculino testosterona.

Os estudos verificaram que as mudanças hormonais que estavam alterando o fenótipo dos animais e prejudicando sua reprodução foram desencadeadas por pesticidas clorados empregados em plantações naquela região.

Esses produtos químicos eram aplicados de acordo com a legislação norte-americana, a qual estabelecia limites máximos baseados em sua toxicidade, mas não considerava a alteração hormonal que eles provocavam, simplesmente porque os efeitos não eram conhecidos.

Assim como os pântanos da Flórida, corpos d’água de vários pontos do planeta estão sendo contaminados com diferentes coquetéis que podem conter princípios ativos de medicamentos, componentes de plásticos, hormônios naturais e artificiais, antibióticos, defensivos agrícolas e muitos outros em quantidades e proporções diversas e com efeitos desconhecidos para os animais aquáticos e também para pessoas que consomem essas águas.

“Em algumas dessas áreas, meninas estão menstruando cada vez mais cedo e, nos homens, o número de espermatozoides despencou nos últimos 50 anos. Esses são alguns problemas cujos motivos ninguém conseguiu explicar até agora e que podem estar relacionados a produtos presentes na água que bagunçam o ciclo hormonal”, disse Wilson Jardim, professor titular do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), à Agência FAPESP.

O pesquisador conta que esses contaminantes, chamados emergentes, podem estar por trás de vários outros efeitos relacionados tanto à saúde humana como aos ecossistemas aquáticos.

“Como não são aplicados métodos de tratamento que retirem esses contaminantes, as cidades que ficam à jusante de um rio bebem o esgoto das que ficam à montante”, alertou o pesquisador que coordena o Projeto Temático “Ocorrência e atividade estrogênica de interferentes endócrinos em água para consumo humano e em mananciais do Estado de São Paulo”, apoiado pela FAPESP.

O aumento no consumo de cosméticos, de artigos de limpeza e de medicamentos tem piorado a situação, de acordo com o pesquisador, cujo grupo encontrou diversos tipos de produtos em amostras de água retirada de rios no Estado de São Paulo. O antiinflamatório diclofenaco, o analgésico ácido acetilsalicílico e o bactericida triclosan, empregado em enxaguatórios bucais, são apenas alguns exemplos.

A esses se soma uma crescente coleção de cosméticos que engorda o lixo químico que vai parar nos cursos d’água sem receber tratamento algum. “Estima-se que uma pessoa utilize, em média, dez produtos cosméticos e de higiene todos os dias antes mesmo de sair de casa”, disse Jardim.

Sem uma legislação que faça as empresas de distribuição retirar essas substâncias tanto do esgoto a ser jogado nos rios como da água deles captada, tem sido cada vez mais comum encontrar interferentes hormonais nas torneiras das residências. Os filtros domésticos disponíveis no mercado não dão conta dessa limpeza.

“Os métodos utilizados pelas estações de tratamento de água brasileiras são em geral seculares. Eles não incorporaram novas tecnologias, como a oxidação avançada, a osmose inversa e a ultrafiltração”, disse o professor da Unicamp, afirmando acreditar que tais métodos só serão incorporados pelas empresas por meio de uma legislação específica, uma vez que eles encareceriam o tratamento.

Peixes feminilizados
Uma das primeiras cidades a enfrentar esse tipo de contaminação foi Las Vegas, nos Estados Unidos. Em meio a um deserto, o município depende de uma grande quantidade de água retirada do lago Mead, o qual também recebe o esgoto da cidade.
Apesar de contar com um bom tratamento de esgoto, a água da cidade acabou provocando alterações hormonais nas comunidades de animais aquáticos do lago, com algumas espécies de peixes tendo apresentado altos índices de feminilização. Universidades e concessionárias de água se uniram para estudar o problema e chegaram à conclusão de que o esgoto precisava de melhor tratamento.
“Foi uma abordagem madura, racional e que contou com o apoio da população, que se mostrou disposta a até pagar mais em troca de uma água limpa desses contaminantes”, contou Jardim.
Alterações como o odor na água são indicadores de contaminantes como o bisfenol A, produto que está presente em diversos tipos de plásticos e que pode afetar a fertilidade, de acordo com pesquisas feitas com ratos no Instituto de Biociências do campus de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Jardim alerta que o bisfenol A é um interferente endócrino comprovado que afeta especialmente organismos em formação, o que o torna perigoso no desenvolvimento endócrino das crianças. Além dele, a equipe da Unicamp também identificou atrazina, um pesticida utilizado na agricultura.
Não apenas produtos que alteram a produção hormonal foram detectados na pesquisa, há ainda outros que afetam o ambiente e têm efeitos desconhecidos no consumo humano. Um deles é o triclosan, bactericida empregado em enxaguatórios bucais cuja capacidade biocida aumenta sob o efeito dos raios solares.
Se o efeito individual de cada um desses produtos é perigoso, pouco se sabe sobre os resultados de misturas entre eles. A interação entre diferentes químicos em proporções e quantidades inconstantes e reunidos ao acaso produz novos compostos dos quais pouco se conhecem os efeitos.
“A realidade é que não estamos expostos a cada produto individualmente, mas a uma mistura deles. Se dois compostos são interferentes endócrinos quando separados, ao juntá-los não significará, necessariamente, que eles vão se potencializar”, disse Jardim.
Segundo ele, essas interações são muito complexas. Para complicar, todos os dados de que a ciência dispõe no momento são para compostos individuais.
Superbactérias
Outra preocupação do pesquisador é a presença de antibióticos nas águas dos rios. Por meio do projeto “Antibióticos na bacia do rio Atibaia”, apoiado pela FAPESP por meio de um Auxílio à Pesquisa – Regular, Jardim e sua equipe analisaram de 2007 a 2009 a presença de antibióticos populares na água do rio paulista.
A parte da análise ficou por conta do doutorando Marco Locatelli, que identificou concentrações de cefalexina, ciprofloxacina, amoxicilina e trimetrotrin em amostras da água do Atibaia.
A automedicação e o consumo exacerbado desse tipo de medicamento foram apontados por Jardim como as principais causas dessa contaminação que apresenta como risco maior o desenvolvimento de “superbactérias”, microrganismos muito resistentes à ação desses antibióticos.
Todas essas questões foram debatidas no fim de 2009 durante o 1º Workshop sobre Contaminantes Emergentes em Águas para Consumo Humano, na Unicamp. O evento foi coordenado por Jardim e recebeu o apoio FAPESP por meio de um Auxílio à Pesquisa – Organização de Reunião Científica e/ou Tecnológica.

O professor da Unicamp reforça a gravidade da questão da água, uma vez que pode afetar de inúmeras maneiras a saúde da população e o meio ambiente. “Isso já deve estar ocorrendo de forma silenciosa e não está recebendo a devida atenção”, alertou.
Fonte: http://www.agencia.fapesp.br/materia/12846/especiais/contaminantes-emergentes-na-agua.htm

29 de set. de 2010

TEDx Amazônia

O TEDx Amazônia que acontecerá nos dias 6 e 7 de novembro de 2010,  trará o tema : Qualidade de Vida para todas as espécies do planeta. A participação será gratuito.

Mais de 400 pensadores de diversas áreas do conhecimento reunidos em um dos ecossistemas mais complexos do mundo, que se distribui por nove países da América do Sul e é considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Um encontro de interesse global que discutirá por dois dias como as nossas ideias podem melhorar a Qualidade de Vida das mais de 5 milhões de espécies do planeta. Cerca de 50 palestras nas quais o ser humano é tão importante quanto o coral marinho. Inscrições abertas até 07.10

Informações: http://www.tedxamazonia.com.br/

28 de set. de 2010

Cinema na praça em Canarana-MT: AVATAR

O celebrado filme AVATAR, do cineasta James Cameron, será exibido para a população de Canarana-MT na praça Sigfredo Roewer (conhecida como praça do avião), nesta terça-feira, dia 28, às 19h30. O evento faz parte da agenda socioambiental realizada em parceria entre o Instituto Socioambiental (ISA), no âmbito da Campanha Y Ikatu Xingu, a Secretaria de Meio Ambiente e Agricultura, Secretaria Municipal de Educação, Secretaria do Estado de Educação (Seduc) e a Prefeitura de Canarana.

Cada um deve levar seu banquinho ou cadeira para ficar mais confortável. A pipoca será oferecida pelo Lions club.
O evento tem o apoio de:
ECOAR Comunicações, Lions Club, Araguaia FM, Vida Nova FM, Jornal O Pioneiro, Ana Gonçalves Fotografia e Filmagem e Canarana TV.

http://www.yikatuxingu.org.br/2010/09/27/cinema-na-praca-em-canarana-mt-avatar-2/?utm_source=twitterfeed&utm_medium=facebook

24 de set. de 2010

Querência está a um passo de sair da lista dos maiores desmatadores da Amazônia

Por ISA, Fernanda Bellei.

Município mato-grossense pode ser o segundo a sair da lista, depois de Paragominas-PA. Em dois anos, Querência conseguiu incluir 72% de suas terras no Cadastro Ambiental Rural (CAR). Para sair da lista,um dos critérios é que 80% das terras do município estejam incluídas no cadastro.  
Neuri Winck (à direita), proprietário da fazenda Certeza, mostra área em processo de restauração florestal a Paulo Cabral, do MMA, Mauren Lazaretti, da Sema, e Luciano Eichholz, do ISA.
Querência está perto de sair da lista dos maiores desmatadores da Amazônia. O município, localizado na bacia do Rio Xingu, nordeste de Mato Grosso, recebeu representantes do Ministério do Meio Ambiente (MMA), da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) e da Secretaria Extraordinária de Políticas Ambientais e Fundiárias (Seaf) nesta terça-feira, dia 21, e apresentou os avanços conquistados nos últimos dois anos na regularização ambiental, redução do desmatamento e restauração florestal de áreas degradadas.


Para sair da lista,um dos critérios é conseguir que 80% das terras do município estejam incluídas no Cadastro Ambiental Rural (CAR). De acordo com dados apresentados pela secretária adjunta de qualidade ambiental da Sema-MT, Mauren Lazzaretti, 72% da área já está cadastrada. Querência entrou na lista dos 42 maiores desmatadores da Amazônia em 2007, devido a um aumento na taxa de desmatamento na área do município registrado na época. Nos últimos três anos, porém, os proprietários rurais deram um exemplo de articulação e conscientização. Além de derrubarem as taxas de desmatamento, iniciaram a restauração de diversas Áreas de Preservação Permanente (APPs) e desde o final do ano passado iniciaram o processo de adesão ao CAR.

Projeto “Querência Mais”

A mobilização para atingir a regularização ambiental no município está sendo feita por meio do Projeto “Querência Mais”, realizado pelo Condema (Conselho de Meio Ambiente) de Querência, Instituto Socioambiental (ISA) e Grupo de Restauração e Proteção à Água, Flora e Fauna (GRPAFF), com o apoio da Prefeitura Municipal e da Secretaria de Agricultura de Querência. A alta adesão ao CAR, porém, foi uma iniciativa que partiu dos próprios produtores. “Os produtores de nosso município estão conscientes da importância da regularização ambiental e da preservação das APPs em suas propriedades. Este número que atingimos, de 72% do território incluso no CAR, é mérito deles”, afirmou Marcelo da Cunha Marinho, diretor executivo do Condema. Vicente Falcão, secretário-extraordinário de apoio e acompanhamento das políticas ambientais e fundiárias de Mato Grosso, ressaltou a importância da mobilização. “Já vemos um grande avanço em Querência. Agora basta juntar os interesses comuns e seguir nesse mesmo caminho”.

Querência não só avançou no CAR, como também colocou em prática a restauração florestal em diversas Áreas de Preservação Permanente. Os representantes do MMA, da Sema e da Seaf visitaram cinco áreas em processo de restauração com espécies nativas. Três delas, as fazendas Certeza, Schneider e Roncador têm, respectivamente, 4,72 hectares, 17,81 hectares e 19 hectares de APPs em processo de restauração implantado e monitorado em parceria com o ISA.
Rodrigo Junqueira, coordenador adjunto do Programa Xingu, do ISA, afirma que o trabalho tem sido recompensador.“Temos muito orgulho de sermos parceiros de Querência neste processo. Este é um município que tem conseguido aliar uma grande produção à conservação ambiental”. Mauro Oliveira Pires, diretor do Departamento de Políticas de Combate ao Desmatamento, do MMA, afirma que a situação do município é bastante favorável. “Fiquei muito impressionado com esse trabalho. É um grande exemplo de parceria entre os produtores, o poder público e as organizações da sociedade civil. Acho que esse trabalho deve ser difundido para outros locais, principalmente as técnicas de restauração de áreas e integração de lavoura, pecuária e floresta”.

Os querencianos destacam, também, que a importância de preservar as APPs já é consenso entre os produtores. “Está fácil convencer o produtor a restaurar a APP, ele sabe que esta terra vai ficar para o filho dele e precisa estar em boas condições. Só precisamos de ajuda do governo agora”, disse Fernando Gorgen, prefeito do município. “Nós temos uma região muito rica em água e sabemos que quem tem luz, calor e água consegue produzir, por isso vamos preservar nossa água”, afirmou Neuri Winck, vereador e presidente do Condema. Por que Querência entrou na lista?

A lista dos municípios que mais desmatam no bioma amazônico foi criada em 2007 pelo governo brasileiro, com base nas taxas de aumento do desmatamento e área total desmatada. Atualmente, 42 municípios integram a lista, sendo que 20 estão em Mato Grosso, desses, nove estão na Bacia do Rio Xingu: Confresa, Feliz Natal, Gaucha do Norte, Querência, Nova Ubiratã, Marcelândia, Peixoto de Azevedo, Vila Rica e São Félix do Araguaia. O primeiro município a sair da lista foi Paragominas, no Pará.
Veja abaixo os critérios exigidos pelo MMA para sair da lista

  •  O município deve ter o Cadastro Ambiental Rural de pelo menos 80% de seu território, com exceção de TIs ou UCs de domínio público;
  • O desmatamento registrado em 2009 não pode ser superior a 40 Km²;
  •  A média do desmatamento dos dois últimos anos deve ser menor que o desmatamento registrado entre 2004 a 2007.
Querência já atende aos dois últimos critérios exigidos pelo Ministério do Meio Ambiente.

Os números de Querência
Área total do município – 1.790.875,90 hectares
Área de Terras Indígenas – 726.378 hectares (40% do território)
Área de Projetos de Assentamento – 96.132,25 hectares (9% do território)
Área das APRTs cadastrada na Sema – 725.926,8 hectares (71% do território)
Nascentes mapeadas – 1.153
Áreas de Preservação Permanente –345.961,23 hectares (19,32% do território)
APPs desmatadas – 13,39%


Fonte: http://www.socioambiental.org/nsa/detalhe?id=3171








22 de set. de 2010

Seleção para Pontos de Cultura Indígenas

OSCIPs podem se inscrever até o dia 1º de novembro

Foi publicado no último dia 15, no Diário Oficial da União (DOU), o Edital para selecionar Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs) para implementar 92 Pontos de Cultura Indígenas. As propostas para o Edital, lançado pela Secretaria de Identidade e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SID/MinC), podem ser encaminhadas até o dia 1º de novembro.

O objetivo do edital é celebração de parcerias com as OSCIPs para que possam ser criados Pontos de Cultura que visem à promoção e o fortalecimento das identidades e da diversidade cultural dos povos indígenas no Brasil. Além de ações que potencializem os processos de criatividade culturais das comunidades beneficiadas pelos Pontos de Cultura Indígena.

O valor para os Pontos de Cultura fora da Amazônia Legal é de cerca de R$ 195,5 mil e, para os Pontos que ficarão dentro da Amazônia Legal de cerca de R$ 226,5 mil. Esse valor será dividido em três parcelas, sendo 90% dos recursos para implantação e funcionamento dos Pontos e 10% para taxas de administração e gestão da OSCIP. A primeira parcela será efetuada após a publicação do Termo de Parceria para subsidiar o início dos trabalhos. Cada OSCIP poderá apresentar a sua proposta de implantação dos Pontos de Cultura Indígena em, no máximo, duas regiões do Brasil.

Para concorrer, as entidades deverão cumprir as cláusulas de habilitação jurídica, regularidade fiscal e qualificação econômica-financeira, bem como cumprir todas as exigências do Edital.

Confira o Edital.
Informações pelo e-mail: identidadecultural@cultura.gov.br
FONTE: http://www.cultura.gov.br/site/2010/09/17/aberta-selecao-para-pontos-de-cultura-indigenas/

21 de set. de 2010

UMA FLORESTA DE HISTÓRIAS - CONTOS DE ÁRVORES MÁGICAS DO MUNDO TODO

Os sete contos deste livro inspiram-se no folclore de sete povos diferentes. Cada um deles tem como personagem central uma árvore dotada de poderes mágicos. Essas belas histórias decerto levarão o jovem leitor a olhar com maior ternura e respeito as árvores reais que o cercam. Talvez este seja o primeiro passo para uma reflexão sobre os critérios e normas que devem nortear a ação do homem sobre a natureza.

Dados técnicos:
FLORESTA DE HISTÓRIAS, UMA - CONTOS DE ÁRVORES MÁGICAS DO MUNDO TODO
CANN, HELEN - ilustrador
SINGH, RINA - autor

Editora: WMF MARTINS FONTES
ISBN: 9788578270216
ISBN-13: 9788578270216
Edição: 1ª EDIÇÃO - 2008
Numero de páginas: 64
Formato: BROCHURA

8 de set. de 2010

R$ 1 milhão em projetos para mulheres indígenas

A Carteira Indígena, coordenada pelos ministérios do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, dispõe de R$ 1 milhão para projetos voltados às mulheres indígenas. A meta é fortalecê-las, fomentar segurança alimentar e nutricional e incentivar uma boa gestão ambiental de suas terras.

Podem enviar proposta de projetos, até dia 4 de outubro, associações de mulheres indígenas e entidades que cumpram as diretrizes da Carteira Indígena. Estes devem incluir atividades econômicas sustentáveis e fortalecimento de práticas e conhecimentos tradicionais para o sustento dos povos indígenas.

A saúde das mulheres também é preocupação da Carteira Indígena, pois um estudo da Fundação Nacional da Saúde apontou um crescimento entre elas de sobrepeso, obesidades, hipertensão, diabetes e altos índices de anemia.

Os projetos deverão ser enviados para:

Ministério do Meio Ambiente - Carteira Indígena
Esplanada dos Ministérios, Bloco B, Sala 751,
CEP 70068-900, Brasília/DF.
http://networkedblogs.com/7Ed8E
 
* Foto de MÁRCIA MOSSMANN   

2 de set. de 2010

Da biodiversidade às florestas e pajés

Como preservar, além do meio ambiente, as culturas tradicionais indígenas e seus valores políticos e sociais? Essa discussão faz parte do debate sobre as estratégias nacionais de combate às mudanças climáticas

Por Washington Novaes*

Neste Ano Internacional da Biodiversidade, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) traz boa notícia: o desmatamento e a conversão de áreas florestadas para a agropecuária caíram na década 2000/2009 para 13 milhões de hectares anuais (ou 130 mil km2, pouco mais de metade da superfície do Estado de São Paulo), ante 16 milhões de hectares anuais na década anterior. Mas complementa: ainda assim, o "ritmo de perda de florestas tropicais continua alarmante".

Brasil e Indonésia, diz o relatório da FAO, são os principais agentes desse desmatamento. E o estrago só não foi maior porque China, Índia, EUA e Vietnã plantaram 7 milhões de km2 anuais de florestas na década. Com isso, a perda líquida caiu de 8,3 milhões de hectares anuais, na década anterior, para 5,2 milhões de hectares anuais, na última. E a superfície florestal mundial ficou em 4 bilhões de hectares (ou 40 milhões de km2), cerca de 31% da superfície terrestre.

Os números do Brasil no relatório são fortes: 2,6 milhões de hectares anuais (ou 26 mil km2) desmatados em todo o País na última década, ante 29 milhões de hectares anuais na década de 90. E isso tem consequências graves, já que os 900 especialistas de 178 países reunidos pela FAO não hesitam em dizer que as florestas "têm um papel muito importante" na mitigação de mudanças climáticas, pois armazenam 289 bilhões de toneladas de carbono, mais do que já está acumulado na atmosfera e intensifica o efeito estufa. Sem a floresta, o carbono liberado irá para a atmosfera. E as florestas primárias atualmente representam 36% da superfície florestal total. Delas, 1% é atingido a cada ano por incêndios.

Por onde se poderia avançar na proteção das florestas e da biodiversidade? Está em curso uma discussão semelhante à que ocorre na área do clima, com muitos especialistas propondo a criação de uma entidade fora do âmbito da ONU, porque neste as decisões só são tomadas por consenso, e ele não acontece por causa das divergências entre países-membros. Desde a Rio 92, quando foi criada, a Convenção da Diversidade Biológica está empacada na discussão sobre a soberania dos países detentores da biodiversidade e a repartição de benefícios quando alguma espécie neles pesquisada é transformada em produto industrial patenteado em outro país. Enquanto não se avança, a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) diz que um terço do 1,9 milhão de espécies já identificadas está em "situação crítica". Dos 34 "hotspots" (lugares mais ameaçados no mundo), 2 estão no Brasil: Cerrado e Mata Atlântica.

Detentor da maior biodiversidade planetária, o Brasil precisa prestar atenção a mais um relatório - Indigenous Lands, Protected Areas and Slowing Climate Change -, publicado pela PLoS Biology, com a participação dos pesquisadores brasileiros Britaldo Soares Filho (UFMG) e Gustavo A. B. da Fonseca (diretor de projetos no WWF/EUA). Diz o estudo que a proteção de áreas florestais, com a redução do desmatamento e da degradação, é uma das estratégias mais eficazes e de efeito imediato para enfrentar mudanças climáticas. Por isso, deve ser incorporada às estratégias para redução de emissões de gases poluentes. E, nesse contexto, a prioridade deve ser para a criação de áreas indígenas protegidas e unidades de conservação - que, além do mais, gera trabalho e renda para populações locais. Desde 2002, afirma o estudo publicado, o desmatamento na Amazônia foi 11 vezes menor nas áreas indígenas e unidades de conservação do que nas áreas não protegidas. O cálculo feito é de que até 2050 essas áreas indígenas e protegidas evitarão o desmatamento de 259 mil km2, mais que a área do Estado de São Paulo.

São informações importantes, na hora em que tantas objeções se levantam em certos setores contra a demarcação de áreas indígenas - quando elas são vitais para a conservação da biodiversidade (nossa melhor possibilidade de futuro) e o enfrentamento das mudanças climáticas. Mas há uma questão adicional que pede muita atenção de estudiosos e dos próprios indígenas: o problema da educação nas aldeias.

Há poucos dias, uma comissão de índios de Roraima entregou ao governo do Estado minuta de projeto para a criação da carreira pública de professor indígena - em que o candidato precisará ser indígena, ter aprovação da comunidade, morar na aldeia e ter capacidade de implantar o ensino bilíngue. Nesse último ponto pode estar um complicador, que exige discussão e reflexão.

Nas andanças pelas aldeias do Parque Indígena do Xingu e áreas vizinhas, em todas o autor destas linhas ouviu dos chefes mais velhos e experientes que "o ensino bilíngue é que está acabando com a nossa cultura". Porque, na visão deles, ao aprenderem português, as crianças e jovens passam a ver televisão e conviver com as culturas de fora. A partir daí, querem viver como os jovens brancos, consumir o que estes consomem e não querem mais viver como índios. Mais grave, não querem ser pajés, porque o caminho para ser pajé é longo, difícil, cheio de sacrifícios e riscos, abstinências, etc. Mas, naquele mundo regido por espíritos - cada árvore, cada animal, tem um espírito regente -, se não houver pajés, que fazem a intermediação entre ele e o cotidiano, a cultura tradicional desaparecerá, pois todos os cantos, as danças, os rituais e modos de viver são relacionados com espíritos. O número de pajés em cada aldeia já diminuiu drasticamente. Há aldeias já ameaçadas de ficar sem nenhum.

É complicado, pois impedir o contato com culturas de fora já é impossível. Mas como preservar, sem pajés, as culturas tradicionais e seus valores políticos e sociais, além do meio ambiente, tão importantes? É uma discussão a que não se pode mais fugir. Faz parte, na verdade, da discussão sobre as estratégias nacionais mais importantes.

*Washington Novaes é jornalista. Este artigo originalmente publicado no jornal O Estado de S. Paulo

15 de ago. de 2010

Açaí conquista o mundo, mas se elitiza na Amazônia

Popularização da fruta em São Paulo, Rio e exterior fez preço disparar e reduziu consumo em sua terra natal

Para historiadora, há mudança profunda na identidade regional; a longo prazo, diz, valor do açaí será simbólico

JOÃO CARLOS MAGALHÃES

DE BELÉM
A popularização do açaí no mundo está elitizando o consumo da fruta em sua terra natal, a Amazônia. Números divulgados recentemente mostram que, nos últimos 16 anos, ele se tornou um alimento caro -e isso pode indicar uma mudança profunda na identidade regional, diz uma estudiosa.

Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o litro do açaí no Pará, que custava R$ 1,50 em 1994, subiu 650%. Hoje, chega a custar mais de R$ 11.

Se tivesse aumentado no ritmo da inflação, estaria só em R$ 5,50. E o preço pesa, por dois motivos.

Primeiro, porque o consumo é alto: tradicionalmente, o açaí era servido no café da manhã, almoço e jantar.

Segundo, porque os que mais dependiam da fruta eram os mais pobres. No Pará, 1,2 milhão de pessoas ganha menos do que um salário mínimo (R$ 510).

Resultado: cada vez os paraenses comem menos açaí. Apesar de não existirem dados estatísticos, a tendência não deve arrefecer, afirma Roberto Sena, do Dieese.

"Podemos dizer com tranquilidade: o açaí não é mais o arroz com feijão do paraense", diz, lembrando que até o vermelho da bandeira do Pará é associado à fruta.

Sena atribui a explosão do preço ao aumento gigantesco da demanda, que ultrapassou em muito a capacidade de produção.

Antes uma fruta de consumo apenas local, há cerca de dez anos seu gosto invadiu as academias e praias de São Paulo e do Rio, o mercado dos EUA e a Europa.



"SUPERSAUDÁVEL"

Levado pela fama de ter elementos antioxidantes e retardar o envelhecimento, ele foi adotado pela megacelebridade americana Oprah Winfrey, já eleita a "mulher mais influente do mundo".

Nos últimos dois anos, Winfrey "bombou" a "comida supersaudável", como o açaí foi apelidado por médicos dos EUA, em seu programa de TV e em seu site.

Na trajetória fora da Amazônia, ele virou suco industrializado, foi embalado em pílulas e, mais comum, servido doce em tigelas com frutas e granola -o que, para os paraenses acostumados a comê-lo grosso, com peixe ou charque, é uma piada.

A historiadora Leila Mourão vê na elitização e substituição do açaí um signo de um movimento histórico mais amplo: a integração da cultura amazônica com o resto do mundo, intensificada na ditadura militar (1964-85).

"Mas não se transforma o hábito por opção, e sim por necessidade econômica. Hoje, é elegante, civilizado comer arroz e macarrão. Se você olhar a propaganda dos supermercados, nos jornais, o que aparece? Pizzas, churrascos. Açaí não dá status."

Mourão, que fez seu doutorado em história social sobre a cultura da fruta, acredita que, no longo prazo, seu valor será apenas simbólico.

Em sua pesquisa, ela notou que, nos últimos dez anos, metade das bancas avulsas que vendiam a fruta em Belém sumiu.

"O consumo migrou para as grandes redes de supermercados. De certo modo, a comida foi desumanizada. É toda uma tradição que está se perdendo", afirma.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1508201008.htm 
Imagem: Portal da Amazônia 

14 de ago. de 2010

Palestra Saberes e Sabores:uma nova mesa amazônica

Nesta quinta-feira, 12 de agosto, realizaremos a palestra Saberes e Sabores - uma nova mesa amazônica, sobre a produção e consumo de hortaliças não convencionais, com Catarina Jakovac, consultora em agroecologia do Musa.

São chamadas de “não convencionais” aquelas hortaliças pouco conhecidas da culinária da região, as quais dificilmente são encontradas em feiras e mercados locais, como a taioba, o ariá e o cubiu. Estas plantas nativas da Amazônia possuem significante valor nutritivo e sabor agradável, o que, aliado ao baixo custo de produção, fazem-nas uma alternativa viável para uma alimentação saudável de nossa população.
Através de oficinas de capacitação e assistência técnica promovidas pela equipe do Musa, o Saberes e Sabores promove a produção destas hortaliças no Projeto de Assentamento Água Branca, no Puraquequara, bairro da Zona Leste de Manaus. Atualmente, esses produtores cultivam organicamente 15 diferentes hortaliças que hoje incrementam a renda das famílias envolvidas. A divulgação deste projeto faz parte dos esforços para a construção de novos hábitos alimentares que respeitem a cultura local, disseminando estes conhecimentos como uma alternativa de alimentação saudável e de baixo custo, baseada no uso sustentável da terra.
A palestra é gratuita e aberta ao público em geral. Na ocasião, haverá degustação de doces e sucos, além da venda das hortaliças após a palestra pelos próprios produtores.
Palestra: Saberes e Sabores - uma nova mesa amazônica

Palestrante: Catarina Jakovac / Museu da Amazônia (Musa)

Data: 12 de agosto
Horário: 17h
Local: Sede Administrativa do Museu da Amazônia (Musa)
Avenida Constelação, 16, Conjunto Morada do Sol, Aleixo
Msc. Ana Catarina Conte Jakovac
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)
Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF)
tel. (92) 3643-3229 ramal 25
http://www.pioneiras.blogspot.com/

MUSA - Museu da Amazônia
http://www.museudaamazonia.org.br/
catarina@museudaamazonia.org.br

9 de ago. de 2010

“ Oió, a Luta dos Meninos Xavante”

O vídeo “ Oió, a Luta dos Meninos Xavante” realizado pela Nossa Tribo, com a direção de Caimi Waiassé e Jorge Protodi foi classificado para o 21º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo, que será realizado de 19 a 27 de agosto de 2010 para a Mostra Kino Oikos Formação do Olhar 03.

A sede do Festival será na Cinemateca Brasileira (Lgo. Senador Raul Cardoso, 207 – V.Mariana), mas a programação do Festival de Curtas vai se estender a diversos espaços da cidade.

Nossa Tribo:Associação sem fins lucrativos, coordenada pela fotógrafa Rosa Gautitano , tem por objetivo ampliar a comunicação entre os povos tradicionais indígenas e os não índios. Defendendo a diversidade cultural, ambiental e os direitos humanos, promove e realiza cursos de informação, documentação e projetos culturais que resultem na divulgação das diferentes culturas indígenas, estimulando o desenvolvimento sociocultural democrático, a preservação de suas tradições e a garantia de acesso dessas etnias à informação.

Para saber mais sobre o projeto Nossa Tribo, acesse: http://www.nossatribo.org.br/

foto de Rosa Gauditano

5 de ago. de 2010

História do Médio Rio Negro é tema de curso e de viagem no tempo

[05/08/2010 14:00]

Organizado pelo ISA e pelas associações indígenas dos municípios de Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos (AM), com apoio da Foirn e das secretarias municipais de educação dos dois municípios, o Curso de história do Médio Rio Negro foi ministrado pelo historiador José Ribamar Bessa, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), entre 21 e 24 de julho em Barcelos. O curso foi como uma viagem ao tempo passado que estimulou discussões sobre identidade étnica, valorização das línguas indígenas e pesquisas acerca das trajetórias pessoais, memórias e narrativas regionais.

Cerca de 60 participantes, entre professores das comunidades, das sedes municipais e lideranças de associações indígenas, receberam uma coletânea de textos, documentos e livros escritos entre os séculos XVIII e XXI com relatos de viajantes, missionários, historiadores e antropólogos que se debruçaram sobre a história do Rio Negro. Produzido pelo professor Bessa com apoio do historiador Geraldo Sá Peixoto Pinheiro, da Universidade Federal do Amazonas, o material permitirá acesso a publicações que dificilmente iriam circular nas salas de aula da região. O material não pretende ser exaustivo. Trata-se de uma coletânea de trechos de fontes históricas e etnografias que deve servir de referência para pesquisas mais aprofundadas nas fontes apresentadas e em outras.

Os organizadores acreditam que saber mais sobre a história do Amazonas, e especificamente do Médio Rio Negro, pode despertar curiosidades sobre a história da região, estimulando as pessoas a se aprofundarem nos assuntos discutidos e na busca da trajetória de suas próprias famílias.

Em meio a uma atmosfera descontraída, com humor e dedicação, as histórias e relatos foram discutidos pelos participantes durante os quatro dias de curso.

O arco da memória
A imagem de um arco foi usada pelo professor Bessa para ilustrar as reflexões dos participantes do curso sobre a importância de conhecer o passado: “viajar no tempo”, como disse a vice- presidente da associação indígena de Santa Isabel, Acimrn (Associação das Comunidades Indígenas do Médio Rio Negro), Sandra Gomes de Castro.

No primeiro momento do curso discutiu-se a importância do uso de fontes e registros históricos como orientadores para compreensão dos fatos e eventos ocorridos em uma determinada época e, de que maneira eles influenciaram e ainda podem contribuir para os tempos presente e futuro.
Conhecer a história dos antepassados, ler documentos e conversar com os velhos são etapas do processo de pensar sobre o passado para então organizar o presente e projetar o futuro. “É como atirar com arco e flecha, é preciso um pouco de impulso para trás para então avançar ao futuro. Contudo, temos que tomar cuidado com o recuo para trás para não perder de vista o futuro, para não quebrar o arco”, enfatizou Bessa.

Os depoimentos e debates durante o curso marcaram um aspecto indissociável do processo de busca pelo conhecimento e entendimento do passado: o político. Bessa trouxe para o debate o pensamento de um filósofo francês chamado Gilles Deleuze que diz em seu livro Conversações: “Aquilo que se opõe à memória não é o esquecimento, mas o esquecimento do esquecimento”. O contrário da memória não é o esquecimento, é esquecer que esqueceu. Pois, se não sabemos nem mesmo o que esquecemos, como iremos procurar? Trabalhar a memória, nas suas diversas formas de apresentação – oral, escrita, desenhada – é buscar aquilo que se esqueceu, que se deixou de lembrar, mas que ainda está ali, de alguma maneira registrado.

Leia mais em http://www.socioambiental.org/nsa/detalhe?id=3140